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Por estes dias, os nossos vizinhos do enclave Marroquino têm mais uma fantasia, sendo esta particularmente curiosa: agora acham que são Romanos. Mas é uma fantasia que tem tanto de curiosa como de recente. E de tão recente que é, ainda não lhes permitiu aperceberem-se de que, naquele tempo, os soldados de Roma eram Legionários e não "Gverreiros", como eles parecem supor. Mas enfim, como a fantasia é deles…
E foi no delírio de mais uma fantasia que eles vieram a Guimarães.
Apesar de os Vimaranenses não apreciarem muito este tipo de palhaçadas, a verdade é que estamos quase no Carnaval e como bons anfitriões que sempre fomos, não poderíamos recusar-lhes essa fantasia tão pueril.
A bem da diplomacia internacional, foi com uma enorme condescendência que entramos nesta fantasia, fazendo a representação de uma aventura de Astérix e Obélix, com Júlio Mendes fantasiado de Abraracourcix (o Chefe da irredutível aldeia gaulesa), Rui Vitória de Panoramix (o Druída), Paulo Oliveira de Cétautomatix (o Ferreiro), Douglas de Obélix e Barrientos de Astérix.
Com o incentivo do Chefe da aldeia, a poção mágica do Druída, o volume de Obélix (que não deixava sequer muito espaço para as bolas poderem entrar), a argúcia de Astérix, a irredutibilidade de Cétautomatix e a abnegação e empenho de todos os restantes gauleses da aldeia, esta espécie de Romanos não teve a mais pequena hipótese, acabando por sucumbir tal como sempre acontecera nestas histórias escritas pelo saudoso René Goscinny.
Foi apenas mais uma aventura igual a tantas outras já vividas por estes irredutíveis gauleses, com os Romanos a serem derrotados e humilhados, vítimas da sua própria arrogância. Bem, igual igual, não foi, porque se tivesse sido, não poderia ficar para José Peseiro a interpretação do papel do bardo Assurancetourix, durante o banquete final. O que foi rigorosamente igual, foi o facto de ninguém querer mesmo ouvir aquilo que ele tinha para dizer. Tal como acontecia com o bardo, melhor teria feito José Peseiro, se tivesse ficado calado.
Menos bem terá corrido o regresso das hordas ao seu acampamento em terras do enclave. Eu deveria dizer "Legiões", é verdade, mas para isso era preciso que eles quisessem ser "Legionários". Como afirmam ser "Gverreiros"...
A aventura destes Marroquinos armados em Romanos, teve as suas particularidades, mas suponho que é mesmo assim.
Afinal, cada um manda na sua fantasia, não é verdade ?...
José Rialto, 19 de Janeiro de 2013
Também não percebo o porquê de se chamar aos Bracarenses de Marroquinos. E se fores ver ao dicionário, guerreiros, são homens da guerra, logo soldados.
Não tentes gozar com o facto de os bracerences usarem isso, não vale a pena, é uma grande história dos Romanos em Braga e eles devem ter todo o orgulho em usar isso para os defenir....
Anon a 21 de Janeiro de 2013 às 00:57
Estamos de acordo sobre o direito que assiste aos bracarenses de usarem o seu passado romano para desencantarem novas tradições.
Agora, esse direito não pode é colidir com o meu de poder brincar com o facto.
E se por acaso tiver o cuidado de reparar, eu brinco com as situações, satirizo-as, mas sem nunca ser ofensivo.
Quanto ao primeiro parágrafo do seu comentário, por muitas voltas que dê, meu caro, nunca os Romanos chamaram Guerreiros aos seus Legionários. Não que não o fossem, mas não se chamavam assim, percebe?.
Guerreiros, no sentido de homens da guerra, também o são os nossos Comandos, Fuzileiros ou Rangers, os Marines americanos ou os Gurkhas ingleses.
A diferença está em que nunca nenhum deles ficou conhecido por "Guerreiro".
Tal como acontecia com os Legionários Romanos.
Os de Roma, claro, porque em relação aos de Braga... tudo é possível...
Miguel Salazar a 21 de Janeiro de 2013 às 23:55
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